segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Arquitetura, Urbanismo e responsabilidade

O curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR tem 11 anos. Passou por alguns momentos críticos, com falta de professores e até com manifestações dos discentes, mas o esforço em mantê-lo vivo se reflete na vontade dos professores e alunos. Único curso de Arquitetura e Urbanismo do estado de Roraima, que já contribuiu até agora com 65 profissionais para o mercado de trabalho local e para o fortalecimento da menor representação estadual do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. E o que isso tem de importante?
Depois de tantos revezes e momentos tensos, o curso passou por avaliação do MEC no início do mês, auferindo nota 4, o que é excelente, no contexto histórico do curso. O que isso significa? Por um lado, o reconhecimento do trabalho de uma comunidade acadêmica de docentes, discentes e gestores empenhados no crescimento dos cursos da UFRR, por outro a percepção das potencialidades, por parte das avaliadoras, de nosso curso na perspectiva de sua contribuição para a região Norte e a nossa especial condição de zona de fronteira.
Quem estiver envaidecido com essa nota 4, deve pensar também na responsabilidade que esta representa, afinal, a sociedade irá exigir proporcionalmente ao crédito que nos foi dado. E o que faz um Arquiteto e Urbanista?

A cidade é como um jogo de cartas


Antes de tudo, propõe espaços, não apenas constrói, mas pensa sobre eles, sejam pequenos ou grandes, um ambiente ou uma cidade. Estuda, precisa de informação confiável para produzir bons resultados. Não se faz um curso de Arquitetura e Urbanismo sem a contribuição de todos os agentes – que não só estão na universidade, mas da sociedade em geral – que demandarão profissionais, mas que também precisam saber o que esperar deles. Há necessidade de inserção no mercado daqueles que se formam, seja por contratação em órgãos públicos, seja para que a reforma da casa seja coerente, econômica e eficiente. Os arquitetos e urbanistas precisam de informações, demandam isso de várias instâncias públicas que, também, precisam disponibilizar o acesso a isto. Precisamos, ainda, de parceiros para desenvolver atividades de pesquisa e extensão.
Essa avaliação positiva, a qualidade do ensino público e a formação dos arquitetos e urbanistas, no único curso do estado, depende de todos, não apenas dos mais diretamente envolvidos. Parabéns a todos que estão nesse jogo.


Texto: Cláudia Nascimento
Arquiteta e Urbanista, especialista em Semiótica e Artes Visuais, mestre em Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Patrimônio, Restauro e Tecnologia, professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Roraima.

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