quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Em exposição no Parque Anauá, obra de Cardoso já sofreu censura moral

Atualmente em exposição, na galeria de artes Luiz Canará, em Boa Vista (RR), a obra A Leda e o Cisne (2004), do artista plástico Augusto Cardoso, já foi banida de uma galeria em Manaus (AM). Segundo o próprio autor, por censura moral.

Fonte: Blog Falar de Arte
“A Leda e o Cisne é um clássico renascentista. Eu quis representar em Leda a quebra da inocência, ao partir o seu colar de pérolas. Representei alguns elementos universais, mas que tem tudo a ver com Roraima: tem riquezas, o ouro é oferecido. As chaves podem aprisionar ou libertar o homem. Vejo que elas abrem a nossa cabeça. São a sabedoria. A gaveta aberta é o passado: nela tem as lembranças. Se ela estiver aberta, as verdades também estarão. Mas também pode representar a busca por respostas. O Portal do Milênio abre dimensões, possibilita viagens para outros tempos e verdades”, explicou em 2011 o artista plástico, em entrevista à pesquisadora* Adriana Rangel.

A Leda e o Cisne é uma história da mitologia grega, que inspirou releituras como as de Leonardo da Vinci, Michelangelo e Salvador Dalí. Segundo a mitologia, a jovem Leda, recém-casada com Tíndaro, rei de Esparta, foi seduzida por Zeus, metamorfoseado em cisne. Dessa união, Leda chocou dois ovos, dos quais nasceram quatro filhos: dois do marido; dois de Zeus. Um dos filhos é Helena de Troia.

A obra Leda e o Cisne, de Augusto Cardoso, foi premiada na 10ª edição do Anuário Brasileiro de Artes Plásticas (2011), da Editora Roma Internacional.

Outro trabalho de Cardoso que já foi alvo de polêmica é o projeto Via Sacra, com 15 quadros, com Jesus em nu frontal, exposto na Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, em Boa Vista.

Trajetória Di Cardoso – A Leda e o Cisne faz parte da exposição Trajetória Di Cardoso, com 45 trabalhos inéditos e antigos, produzidos entre 1984 e 2017. A exposição marcou a reabertura da galeria de artes Luiz Canará, no Anfiteatro do Parque Anauá, no dia 29 de setembro de 2017, e ficará aberta ao público até novembro, de terça a sábado, das 10h às 20h. A exposição percorrerá outros locais como Palácio da Cultura Nenê Macaggi, Palácio Senador Hélio Campos e um shopping de Boa Vista.

Augusto Cardoso é autor de mais de mil obras, algumas em acervos privados e públicos de museus, como o do Vaticano, e embaixadas no Brasil, Venezuela, Itália, Argentina, Holanda, Japão, França, Canadá, Áustria e Estados Unidos.

* Tese de Mestrado em Letras da UFRR ‘Cultura e identidade híbrida na obra do artista plástico roraimense Jorge Augusto Cardoso’ (2012), de Adriana Moreno Rangel.

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