terça-feira, 5 de setembro de 2017

O outro lado: Secult nomeia ilegalmente em 2016 servidora do GTAP pelo quarto ano consecutivo

Em resposta ao post Secult nomeia ilegalmente em 2016 servidora do GTAP pelo quarto ano consecutivo, publicado neste blog, na sexta-feira, 1º de setembro, o diretor do Departamento de Promoção Cultural e presidente do Grupo Técnico de Avaliação de Projetos (GTAP), gestão 2016-2017, Antônio Bentes, manifestou-se, por meio de comentário, no facebook.

O diretor acusou a publicação de ser feita por “má fé ou birra”, uma vez que, segundo ele, a referida denúncia foi efetuada no início de 2016 e a servidora foi “imediatamente” substituída por outra. Na verdade, como informado naquele post, a denúncia publicada no jornal Folha de Boa Vista é de agosto de 2016, e não do início daquele ano. Na época, o Governo do Estado deu a evasiva declaração de que as medidas cabíveis já estavam sendo tomadas. Ao que parece, entre tais “medidas cabíveis”, o Governo não incluiu a publicação no Diário Oficial da portaria de substituição da servidora.


Também por meio de comentário no facebook, o blog Reagentes Culturais garantiu ao diretor de Promoção Cultural que publicaria a versão da Secult, provavelmente até 5 de setembro, promessa cumprida por nós com este post. Para tanto, o blog solicitou no comentário, no dia 3 de setembro, informações mais completas: “Quando foi publicada no Diário Oficial do Estado e qual o número da portaria que substituiu a referida servidora no GTAP?”, perguntou o blog. Até o momento, não recebemos resposta.

Em seu comentário no facebook, o diretor reconheceu que há vários erros na Secult, mas garantiu que a secretaria tem a capacidade de atender, na medida do possível, às demandas de artistas, produtores e investidores interessados na Lei de Incentivo à Cultura. “Criticar por criticar não é prática de pessoas que pregam a democracia e a participação popular”, alfinetou o diretor.

Bentes informou ainda que as inscrições para representante da sociedade civil no GTAP estão abertas. Entretanto, deixou de esclarecer, na oportunidade, em que edição do Diário Oficial do Estado e de jornal de ampla circulação foi publicada a convocação, o que o blog também perguntou e ficou sem resposta até o momento.

É uma exigência do decreto de regulamentação da Lei de Incentivo que seja publicada no Diário Oficial e em jornal de ampla circulação a convocação para as entidades representativas da arte e da cultura de Roraima indicarem candidatos a membros do GTAP. Portanto, se a Secult abriu a convocação e não fez essas duas publicações (no Diário Oficial e em jornal), está descumprindo o decreto novamente.

Caso se confirme a informação de que a secretaria descumpriu a exigência legal quanto à convocação das entidades, não terá sido a primeira vez: o edital de convocação publicado pela Secretaria de Cultura no Diário Oficial do Estado, em 2 de março de 2016, não foi publicado em jornal de ampla circulação, conforme exige a legislação.

Esse foi o real motivo de a secretaria prorrogar, por mais uma semana, no ano passado, o prazo de inscrições das entidades, e não, porque, na primeira convocação, não houve representante inscrito, como alegou a secretária Selma Mulinari, na época. Aliás, ao prorrogar o prazo por somente uma semana, a Secult voltou a descumprir o decreto, que determina prazo de dez dias. A prorrogação, publicada no dia 23 de março, no Diário Oficial, deixava as inscrições das entidades abertas até 30 daquele mesmo mês.

Este blog reforça novamente que está aberto o espaço para a Secult prestar os devidos esclarecimentos, como faz qualquer Governo que preze pela transparência.

Em tempo: a partir de informações prestados pelo diretor de Promoção Cultural, Antônio Bentes no dia 11 de setembro de 2017, confirmamos no Diário Oficial que em 12 de agosto de 2016, Bentes, membro titular do GTAP indicado pela sociedade civil, foi nomeado, por meio de portaria da Secult, presidente do Grupo Técnico de Avaliação de Projetos.
Além disso, a mesma portaria nomeou outras duas servidoras da secretaria para o GTAP. Todavia, esta edição do Diário Oficial não deixa claro que membros do GTAP foram desligados para a entradas das duas novas integrantes.
Além disso, no dia 19 de setembro deste ano, resolvemos reforçar no título e no primeiro parágrafo, a partir de manifestação da Secult, que a nomeação pelo quarto mandato seguido da servidora da Secult havia sido em 2016, para não dar margem ao entendimento de que a referida nomeação fora em 2017, como era possível na versão anterior do texto. Reforçamos que a informação de que a nomeação era de 2016 já  estava presente no texto original: no segundo parágrafo e também logo após a imagem. De qualquer forma, até o momento, não nos foi apresentado nenhum documento que comprove o desligamento oficial da servidora nomeada ilegalmente.

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