sábado, 12 de agosto de 2017

O pranto da atriz e o iminente ruir da quarta parede



“Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel” (Chico Buarque/ Edu Lobo)

 


A atriz chorou. E nós, seu público, choramos juntos. Essa bem que poderia ser a descrição de uma peça de teatro de sucesso, um drama que, de tão envolvente, leva a plateia às lágrimas.

Mas não há peça em cartaz. O teatro está fechado. Há mais de uma década. Em ruínas. Por isso, a atriz chora. E nós também. Não estamos acostumados a ver atrizes chorarem fora do palco.

“Nosso finado Teatro Carlos Gomes: foi meu primeiro palco e desde 2005 está abandonado, sempre na ilusão de uma reforma ‘desviada’. Quanto descaso desses governos...”, desabafa uma fala que não estava prevista no roteiro.

Moça, que seu choro sensibilize os corações mais duros. Que, em breve, olhemos para trás e riamos juntos desse cenário e dessa comédia de erros. Que nos orgulhemos do importante papel que fizemos. E que nossa história tenha final feliz.

#LutopelaculturaRR

* Veja mais sobre o Teatro Carlos Gomes:
O Teatro e a lágrima (sincera) da atriz


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