Atualmente em exposição,
na galeria de artes Luiz Canará, em Boa Vista (RR), a obra A Leda e o Cisne
(2004), do artista plástico Augusto Cardoso, já foi banida de uma galeria em
Manaus (AM). Segundo o próprio autor, por censura moral.
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Fonte: Blog Falar de Arte |
“A Leda e o Cisne é um clássico renascentista. Eu quis
representar em Leda a quebra da inocência, ao partir o seu colar de pérolas. Representei
alguns elementos universais, mas que tem tudo a ver com Roraima: tem riquezas,
o ouro é oferecido. As chaves podem aprisionar ou libertar
o homem. Vejo que elas abrem a nossa cabeça. São a sabedoria. A gaveta aberta é
o passado: nela tem as lembranças. Se ela estiver aberta, as verdades também
estarão. Mas também pode representar a busca por respostas. O Portal do Milênio
abre dimensões, possibilita viagens para outros tempos e verdades”, explicou em
2011 o artista plástico, em entrevista à pesquisadora* Adriana Rangel.
A Leda e o Cisne é
uma história da mitologia grega, que inspirou releituras como as de Leonardo da
Vinci, Michelangelo e Salvador Dalí. Segundo a mitologia, a jovem Leda, recém-casada
com Tíndaro, rei de Esparta, foi seduzida por Zeus, metamorfoseado em cisne.
Dessa união, Leda chocou dois ovos, dos quais nasceram quatro filhos: dois do
marido; dois de Zeus. Um dos filhos é Helena de Troia.
A obra
Leda e o Cisne, de Augusto Cardoso, foi premiada na 10ª edição do Anuário Brasileiro de Artes
Plásticas (2011), da Editora Roma Internacional.
Outro trabalho de Cardoso que já foi alvo de polêmica
é o projeto Via Sacra, com 15 quadros, com Jesus em nu frontal, exposto na
Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, em Boa Vista.
Trajetória Di Cardoso – A Leda e o Cisne faz
parte da exposição Trajetória Di Cardoso, com 45 trabalhos inéditos e antigos,
produzidos entre 1984 e 2017. A exposição marcou a reabertura da galeria de
artes Luiz Canará, no Anfiteatro do Parque Anauá, no dia 29 de setembro de 2017,
e ficará aberta ao público até novembro, de terça a sábado, das 10h às 20h. A exposição
percorrerá outros locais como Palácio da Cultura Nenê Macaggi, Palácio Senador
Hélio Campos e um shopping de Boa Vista.
Augusto Cardoso é autor de mais
de mil obras, algumas em acervos privados e públicos de museus, como o do
Vaticano, e embaixadas no Brasil, Venezuela, Itália, Argentina, Holanda, Japão,
França, Canadá, Áustria e Estados Unidos.
* Tese de Mestrado em Letras da UFRR ‘Cultura e identidade
híbrida na obra do artista plástico roraimense Jorge Augusto Cardoso’ (2012), de Adriana Moreno Rangel.
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